Fronteiras e caminhos



Vem comigo! Vamos embarcar numa viagem pelo mundo, visitando outros lugares, avistando outras colinas, conhecendo histórias e aprendendo coisas novas.
Vamos desapegar dos medos. Vamos desamarrar os nós que as frustrações criam na garganta. Vamos redescobrir a poesia há muito esquecida, os versos que cantávamos, os sonhos que nos moviam.
Vamos desconstruir o muro cético que nos separou da fé pura. Vamos fugir desse lugar e deixar pra trás as antigas brigas. Vamos retomar os planos. Vamos reparar os danos. Vamos cultivar um jardim de sentimentos bons. Esquecendo os desgostos e nos apegando nas boas lembranças. 
Vem comigo, porque a vida flui com leveza quando estamos bem acompanhados. 
As dores diminuem. As alegrias crescem. O coração fica tranquilo. E nos descobrimos confortáveis num vasto e arejado momento de cura. 



Com todo amor do mundo:
Luci Alves

Trocando o pneu



Acho que todo mundo sabe que quando se vai fazer uma viagem, existem riscos pelo caminho, por exemplo: o carro pode estragar, o motor pode pifar, um pneu pode furar. E que ninguém está isento de passar por este tipo de aperto.
Pois bem, em 2013 começamos uma viagem, como?? De Tarcísio, a kombi.
Pra onde?? Pra onde o vento nos levasse, nesse mundo e por outros, atravessando o planeta, as dimensões, as constelações.
Só que houve um contratempo pelo caminho, o dia era de neblina, a estrada não estava em boas condições e um dos pneus acabou furando. Se você já tentou trocar um pneu de kombi, sabe a dificuldade a que nos deparamos. Então, deixamos Tarcísio em uma oficina e cada uma voltou pra sua casa. Fazem três anos que abandonamos a viagem.
Hoje eu estava lembrando como Tarcísio era confortável e veloz e como nós éramos mais sonhadoras e destemidas.
Quem sabe a gente até tire Tarcísio da oficina e retome a viagem, os planos, a comunhão acolhedora. Quem sabe?!



Com todo amor do mundo,
Luci Alves

Moços Leitores


Circula na internet um texto bem famoso chamado "Namore um cara que lê". Gosto bastante do texto, não apenas porque sou uma moça que lê, mas porque o texto em si é bem espirituoso. Na minha percepção do mundo o exercício da leitura é um dos critérios fundamentais para distinguir uma boa pessoa; e se, ela superestima a leitura ela vira uma das minhas pessoas favoritas. A literatura tem alguns moços que por amarem a amarem se tornam amáveis. Eis os meus personagens - leitores favoritos:


1. DANIEL SEMPERE - A sombra do vento
"Cresci no meio dos livros,
fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó
e cujo cheiro ainda converso nas mãos". (Carlos Ruiz Zafón)
Esse livro do Zafón é um xodó eterno meu! Amo o Daniel, o garoto é apaixonado por livros, têm a sorte de nascer e crescer dentro de uma livraria e ainda conhece um cemitério de livros esquecidos. Entra numa aventura maravilhosa tudo pelo amor à leitura: o resultado é que nos apaixonamos pelo Daniel (me identifico tanto com ele quando ele só fecha o livro quando termina de ler depois de uma noite inteira em claro!), temos uma aventura fantástica em busca do autor de um livro, temos mais histórias dentro das histórias. Enfim, leiam, conheçam o Daniel.

2. KLAUS BAUDELAIRE - Desventuras em série

"Klaus tinha 13 anos e já leu mais livros que qualquer outro garoto de sua idade"
(Lemony Snicket)
Klaus conheceu a desventura por sete anos, assim como suas irmãs Violet e Sunny. Nas primeiras páginas do primeiro livro da série maravilhosa do Snicket, os pais morrem, a casa pega fogo e os três ficam sozinhos no mundo. Como se isso não bastasse os três são perseguidos e vivem tantos sofrimentos nas mãos do Conde Olaf que tenciona ficar com a imensa fortuna dos Baudelaire.
Mas a melhor coisa para mim na série é que o autor apresenta as SUPER HABILIDADES dos Baudelaire: Sunny é ótima para morder coisas (adoro isso, pois ela é um bebê ainda!), a Violet é uma inventora muito inteligente, e o grande talento do Klaus: adora ler. Isso é um super poder no livro!!!!!
Eles passam por mil enrascadas, mas com a paixão por livros do Klaus, as engenhocas da Violet e as mordidas da Sunny eles vencem. Os três livros são ótimos e o Klaus ganha nosso coração cada vez que lembra de uma coisa que leu num livro.

3. TYRION LANNISTER - Crônicas de Gelo e Fogo
“- Porque você lê tanto?” – Jon
“- Olhe para mim e diga o que você vê.” – Tyrion
“- Isso é um truque?” – Jon
“- O que você vê é um anão. Se eu tivesse nascido um camponês, eles poderiam ter me deixado na floresta para morrer. Infelizmente, eu nasci um Lannister do Rochedo Casterly. Coisas são esperadas de mim. Meu pai foi a Mão do Rei durante 20 anos.” – Tyrion
“- Até que seu irmão matou aquele Rei.” – Jon
“- Sim, até que meu irmão o matou. A vida é cheia dessas pequenas ironias. Minha irmã se casou com o novo Rei e meu sobrinho repulsivo será Rei depois dele. Eu devo fazer minha parte pela honra da minha casa, não concorda? Mas como? Bem, meu irmão tem uma espada e eu tenho minha mente. E uma mente precisa de livros como uma espada precisa de uma pedra de amolar. É por isso que eu leio tanto, Jon Snow.”
(George Martin)
O George Martin criou esse personagem para amarmos eternamente nessa série. O anão Tyrion, da Casa Lannister, nascido no Rochedo de Casterly, também conhecido como ‘O Duende’. Ele não é nem alto, mas é um dos personagens mais inteligentes que já conheci.
O Tyrion apesar da ironia solta e da falsa aparência de boa vida têm sua própria dose de sofrimento.  Sua mãe morreu dando a luz a ele, sua irmã e seu pai o odeiam por isso. Como se esse exemplo de família carinhosa não fosse o suficiente, quase todas as pessoas de Westeros e do além-mar parecem achá-lo uma aberração. E apesar de tudo isso ele é um mestre no jogo dos tronos. Mas para mim o que torna o Tyrion ( e o Sam também) personagens absurdamente fantásticos é seu apreço pelos livros. E ele faz disso sua arma de sobrevivência. Enquanto os demais Lannister confiam na própria beleza, astúcia, crueldade, força e riqueza; o Tyrion se esconde nos livros, nas antigas histórias e lá ele se fortalece. E suspeito que ainda vai ser o dono do trono de ferro, ou pelo menos eu torço muito.

4. CHRIS MCCANDLESS (Alexander Supertramp) - Na natureza selvagem
"Ele me ajudou bastante", reconhece Burres. "Cuidava da banca quando eu precisava sair, classificou todos os livros, fez muitas vendas. Parecia se divertir realmente com aquilo. Alex era bom nos clássicos: Dickens, H. G. Wells, Mark Twain, Jack London. London era o seu predileto. Tentava convencer todo mundo a ler O Chamado da Floresta."
( John Krakauer)
Já falei da trajetória do Chris aqui. Eu sou encantada por ele que foi uma pessoa absolutamente fantástica. Uma das coisas que mais me chama atenção no Chris é o quanto os livros que ele influenciaram o jeito dele de pensar a vida. Eu suspeito que de certa maneira somos os livros que lemos, seja porque eles descrevem coisas nossas seja porque ele nos influenciam a como proceder. Luci, outra passageira desse blog, é uma eterna apaixonada pela senhorita Jane Austen, logo eu deduzo que ela é uma moça romântica e acredita em the happy end. O mesmo serve para outras pessoas, tenho amigos que são meio psicanalistas e de cara se identificam com A insustentável leveza do ser de Kundera.
 O Chris se identificou a tal ponto com os livros que leu, que não se contentou em dividir os princípios éticos e estéticos do Tostoi e do Thoreau, ele quis viver isolado na natureza como o David em Walden e quis ir pro Alasca profundamente encantado pelas histórias do Jack London. O resultado é: ou você acha o Chris um louco de pedra ou acha a pessoa mais corajosa do mundo.


5. Charlie - As vantagens de ser invisível.
"Eu não tenho muito tempo porque meu professor de inglês avançado me deu um livro pra ler e gosto de ler os livros duas vezes.
(...)
Terminei de ler O sol nasce para todos. Agora é meu livro favorito, mas sempre acho que um livro é meu favorito até eu ler outro.
(Sthephen Chbosky)
Charlie é uma pessoa triste e feliz ao mesmo tempo e absolutamente linda de muitas maneiras. Como não gostar desse rapaz invisível que fala tão bem de Beatles e nos obriga a ouvir "Asleep".  Ao longo de cada capítulo o Charlie vai falando um pouco dos livros que está lendo e temos alguns clássicos ma-ra-vi-lho-sos: O apanhador no campo de centeio, O sol nasce para todos, Peter Pan, O grande Gatsby, Pé na estrada, O estrangeiro...!
É engraçado perceber que alguns desses livros são colocados em momentos específicos da vida do Charlie e se entrelaçam com a trama deles. É muito legal essa relação do personagens com os clássicos e com a pessoa que o incentiva a ler bem. Enfim, o Charlie é outro moço leitor apaixonante.

E pra você, quem são os personagens leitores mais queridos?

Há-braços!

Expedição



Gosto de viajar. Gosto de sair e conhecer lugares diferentes, pessoas diferentes, ver coisas que nunca vi antes e me surpreender com a diversidade de culturas. Gosto de pensar que todas essas pessoas, desconhecidas, são cheias de sonhos e vontades, algumas frustrações, alguns medos e com um coração a ser lapidado, como eu.
Viajar é dar à vida um novo ânimo. Deixar as retinas capturarem a delicadeza de detalhes existentes na criação. Deixar a paz reinar de uma forma livre e a felicidade dançar leve no sorriso. Gosto da sensação de novidade, de se ter histórias pra contar e bunitezas pra compartilhar com pessoas amadas. Mas de todas as viagens que se possa fazer e admirar-se, a mais louca é aquela que se faz pra dentro de nós mesmos.
É incrível e assustador ver quantas coisas diferentes se pode descobrir numa viagem dessas. Quanto conhecimento pode se obter de si mesmo e o quanto dá pra aprender com tudo o que se move dentro desse furacão que é a nossa alma.
A maior loucura de todas é a sensação de que, muitas vezes, somos desconhecidos em nós mesmos.


Só o fato de existirmos já nos dá a oportunidade de embarcar numa viagem louca às pressas, sem mala pra arrumar, sem se preocupar em chegar atrasado, sem mais delongas.



Tarcísio, me leve aonde eu possa descobrir que tenho chances de me tornar uma alma mais limpa. Uma pessoa melhor. Um coração bem moldado!




Com todo amor do mundo,
Luci Alves

Es(crê)ver



Escrever. Es crê ver, crê naquilo que esta se dizendo. Escravo da letra. Escrevo pra não me entalar, não me afogar nas coisas que não disse, nas coisas que penso. Me desenrolo no meio de tantas letras, sinais, pronomes, pensamentos, sentimentos, minha mente grita comigo e meus dedos são soldados que marcham, mas a dita guerra não tem vencedor, nem perdedor, só existe a mim e um bocado de coisas na cabeça, uma mistura de saudades, de fragmentos, de frases soltas, de felicidades, tristezas, enfim... 


Beijos de luz. 
Dora



 
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